Hoje, metade desta economia mundial depende de capital natural, como matérias-primas, mas a delapidação dos ecossistemas e a perda de biodiversidade encontram-se atualmente no topo dos riscos ambientais globais, a par das alterações climáticas.

A COP15, que terá lugar em dezembro, na cidade de Montreal, tem como principal objetivo a adoção de uma Estratégia Global para a Biodiversidade Pós-2020, para travar a perda global de biodiversidade até 2030 e promover a recuperação dos ecossistemas naturais. Para o BCSD Portugal, este enorme desafio obriga à convergência ativa de todos: setor público, setor privado, universidades, sociedade civil e cada um de nós individualmente.

No manifesto apresentado pelo BCSD Portugal e pelas organizações suas associadas, as empresas são chamadas a contribuir para a consciencialização coletiva sobre a importância da biodiversidade, partilhando as boas práticas e a construindo parcerias positivas. Paralelamente, devem estabelecer planos de ação com metas claras, ambiciosas e alinhadas com a ciência de valorização da biodiversidade e do capital natural, bem como adotar sistemas de reporte de riscos e impactes, procurando que os seus modelos de negócios sejam regenerativos, isto é, tenham um impacte positivo na biosfera.

Como sublinha o manifesto, “o desafio do combate às alterações climáticas depende também e em larga escala do contributo da natureza. Sem os ecossistemas e a biodiversidade que compõem a biosfera não haveria vida humana no planeta Terra”.

O último relatório do Painel Intergovernamental para a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) sobre o uso sustentável de espécies selvagens e os diversos serviços de natureza concluiu que a situação é critica para cerca de 50 mil espécies de flora e fauna usadas para dar resposta a necessidades humanas, como a alimentação e a saúde.

João Meneses, Secretário-Geral do BCSD Portugal, quer que na COP15 da Biodiversidade, que decorre em dezembro em Montreal, no Canadá, “seja decidido um reforço dos incentivos à transição para um novo paradigma de bioeconomia circular e de baixo carbono, assente em matérias-primas preferencialmente de origem biológica, renováveis e com níveis de desperdício próximos de zero”.

Bruno Melo, CEO da SAMSIC FACILITY, considera “de extrema importância que todas as organizações se unam para que haja um esforço conjunto para travar a perda global da biodiversidade. Cada um de nós é um agente ativo neste desafio e a SAMSIC FACILITY está empenhada neste processo”.